De
repente a gente volta no tempo. Um cheiro, uma imagem, uma música, uma palavra,
uma ação. São vários os meios de transporte para o passado. Hoje me lembrei de
que quando tinha por volta dos oito anos de idade, eu adorava brincar sozinha
entre os lençóis perfumados que minha mãe pendurava no varal no fim da tarde.
Era como se eu transitasse entre diferentes dimensões em instantes. E na
brincadeira de criança eu já pensava na relatividade das coisas. Suspiro
profundo. A simplicidade sábia da infância deveria ser preservada. Adultos, nos
tornamos graves e ser feliz dá muito mais trabalho. O crepúsculo sempre foi
minha hora mágica do dia, quando em casa eu gozava plena a felicidade e o
amparo da família. Descobria o mundo intrigada com os espetáculos da natureza.
Agora, um pouco mais a frente na estrada, ainda fico tonta com tanta beleza
irradiada.
Julliana Soares
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