Quem sou eu

Minha foto
"... dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Uma solidão de artista e um ar sensato de cientista… tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna." Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O que me escapa...

De onde vem meu desejo de nadar contra a corrente? Minha busca por algo que eu não conheço, minha dor imensa... de onde vem? De onde vem esses arbustos onde me escondo, essa sede de olhar e fugir, esse tempo sem compasso, esse impulso? De onde vem o meu espelho sem reflexo, minhas madrugadas, minhas flores, meus amores...? Pra onde escorre essa garoa? E a minha inconstância, minha saudade de onde vem? Meu sentido...? Tenho vários...De onde vem meu bem?

Ninguém...
E meu luar se fez deserto...

Meu infinito a bailar em mim, de onde vem?
Minha varanda que não tem?
Minha amada que não vem?
Perdi a flor de um olhar, a navegar, a esperar por mim...
De onde vem a verdade que não tem? O meu espanto por que vem?
De onde vem esse momento, sem gente todo dia?
Essa esperança vem de onde, quando tudo vai emudecendo?

De onde vem o meu silêncio...minha saudade de mim?
Meu coração sem tempo, meu sangue escorrendo?

De onde vem o que me escapa?

Julliana Soares

Aquela!

Eu sou a que anda soberana
A que não sucumbi a existência
A que reprime a aparência
A que não sabe dizer não
Eu sou a que ama correr risco
A que passeia no vulcão
Eu sou a essência condensada
Subjetivamente materializada
A que não tem coração
Mas tem um 'quase nada'
Apelidado de emoção

Eu sou o que me dá na telha
O que decido ser... só por hoje
A imprevisibilidade humana
eu sou a fórmula invertida
A inconstante renovação
Eu sou gigante como o tempo
E excessivamente imposta
Eu sou o homem e sua negação
A finitude da resposta
A mágica da interrogação

Julliana Soares