Quem sou eu

Minha foto
"... dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Uma solidão de artista e um ar sensato de cientista… tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna." Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Quem sou...

Eu não pretendo traduzir-me.
Prefiro teu olhar perdido sobre mim.
Não me pergunte quem sou, apenas me olhe.
Eu amo teu olhar se perdendo nos meus infinitos...
Você pode observar as atitudes que cada momento suscita.
E mesmo assim não vai saber quem sou.
Porque sou agora
E novamente 
E a cada hora...


Julliana Soares

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O que me escapa...

De onde vem meu desejo de nadar contra a corrente? Minha busca por algo que eu não conheço, minha dor imensa... de onde vem? De onde vem esses arbustos onde me escondo, essa sede de olhar e fugir, esse tempo sem compasso, esse impulso? De onde vem o meu espelho sem reflexo, minhas madrugadas, minhas flores, meus amores...? Pra onde escorre essa garoa? E a minha inconstância, minha saudade de onde vem? Meu sentido...? Tenho vários...De onde vem meu bem?

Ninguém...
E meu luar se fez deserto...

Meu infinito a bailar em mim, de onde vem?
Minha varanda que não tem?
Minha amada que não vem?
Perdi a flor de um olhar, a navegar, a esperar por mim...
De onde vem a verdade que não tem? O meu espanto por que vem?
De onde vem esse momento, sem gente todo dia?
Essa esperança vem de onde, quando tudo vai emudecendo?

De onde vem o meu silêncio...minha saudade de mim?
Meu coração sem tempo, meu sangue escorrendo?

De onde vem o que me escapa?

Julliana Soares

Aquela!

Eu sou a que anda soberana
A que não sucumbi a existência
A que reprime a aparência
A que não sabe dizer não
Eu sou a que ama correr risco
A que passeia no vulcão
Eu sou a essência condensada
Subjetivamente materializada
A que não tem coração
Mas tem um 'quase nada'
Apelidado de emoção

Eu sou o que me dá na telha
O que decido ser... só por hoje
A imprevisibilidade humana
eu sou a fórmula invertida
A inconstante renovação
Eu sou gigante como o tempo
E excessivamente imposta
Eu sou o homem e sua negação
A finitude da resposta
A mágica da interrogação

Julliana Soares