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"... dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Uma solidão de artista e um ar sensato de cientista… tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna." Caio Fernando Abreu

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sábado animado!

Eu queria um pouco daquelas tardes de sábado, quando sem pensar na vida à vivíamos intensamente. E sem saber que a felicidade é efêmera nos fartávamos inocentes.
E é na lembrança, ainda que oculta, que definhamos ou ganhamos força.
É possível seguir sozinha, depois que aprendemos essa condição, no entanto, teimo em carregar você, vejo reminiscências refletidas no espelho. Eu me confundo com você, eu me separo sem querer, eu vivo em guerra, entre o desejo e o poder.
Tento escrever, o que pra mim é impossível traduzir na fala, porque nem sempre a linguagem dá conta das inquietudes humanas. É só saudade de tempos claros, de ruas vivas e de vigor na minha alma. O amor fica insuportável quando é castrado, ele passa a ocupar um lugar mais amplo em nós, em mim.
Eu queria segurar sua mão e olhar seu rosto num instante infinito. Só de pensar na possibilidade uma alegria instantânea me consome.
Quantas flores estampam esse momento em que observo você dentro de mim, no corpo inteiro. Eu fui marcada eternamente pelo conforto da sua presença. O que farei se não estás aqui?
Eu tento me tornar uma pessoa comedida, equilibrada, mas sou abalada constantemente por doses de saudade concentrada.
Você partiu perto de mim, o silêncio tomou conta, o medo surgiu e as perguntas se multiplicaram. Também não quero respostas, quero outra vez aquele sábado e você na minha varanda.

Julliana Soares